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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Avignon – Primeiras impressões da ex-cidade do Papa

Depois que eu li O Nome da Rosa de Umberto Eco, fiquei empolgadíssima para visitar Avignon (ou Avinhão, em português) – a cidade que foi a sede papal entre 1309 e 1377, já que fala-se muito da cidade no livro e ela fica aqui pertinho de Nice. Para aumentar minha vontade, comecei a ler 1356, de Bernard Cornwell e, mais uma vez, a cidade aparece na época que o papa morava lá! Aproveitamos um feriado que teve aqui para dar uma esticada até a cidade.   

Como eu disse acima, sete papas residiram em Avignon no século XIV. O papas que residiram na cidade francesa foram Papa Clemente V, Papa João XXII, Papa Bento XII, Papa Clemente VI, Papa Inocêncio VI (o papa que aparece no livro 1356, que falei acima), Papa Urbano V e Papa Gregório XI. Quando esse último resolveu reaver o trono de São Pedro, em Roma, houve uma grande crise e, por um tempo, chegou a haver um Papa em Roma e um em Avignon. A situação só foi resolvida em 1417.

Para chegar em Avignon a partir de Nice pode-se usar trem ou ir de carro. De trem TGV fica entre 25-45 euros o trecho por pessoa (olhei em maio de 2014). Sei que tem aeroporto em Avignon – o Caumont, mas não chegamos a olhar valor de passagem.



Bom, nós optamos por ir de carro e por não passar pela autoroute A8, que é mais rápida, então a viagem foi bem mais longa, mas em compensação é mais bonito e não pagamos pedágio cerca de 20-25 euros o trecho. Quando deu 13h comecei a morrer de fome e decidimos parar em algum lugar para almoçar. Aqui em Nice, a maioria dos restaurantes fecha às 14h e abre novamente – para comida – apenas às 19h. Como não sabíamos se em Avignon seria assim também, achamos melhor parar em algum lugar e garantir o almoço. Com essa parada para almoçar, a viagem acabou atrasando mais ainda (não que estivéssemos com pressa ou com horário para chegar).

Eles adoram estradas com árvores dos dois lados formando essa passagem. Acho lindo!!

Acabou que paramos em uma cidadezinha chamada Lambesc. Só que demoramos demais para parar e eram 14h15. Assim como em Nice, os restaurantes lá fecham após almoço. Por sorte achamos um que ainda servia comida após 14h. Caso queria dar um passeio de carro pelo interior da Provence, sugiro parar para almoçar antes desse horário, se quiser maior variedade de restaurantes! A cidade é bem pequena mas muito simpática. Todas sexta de manhã tem uma feira numa das ruas da cidade. Quando chegamos a rua ainda estava fechada, mas a feira já tinha acabado, então não sabemos de que é, mas conhecendo essas feiras do interior da França, deve vender desde comidas – como vegetais frescos – até alguns artesanatos. Andamos pela cidade quase toda em meia hora e seguimos para Avignon.









Se você quiser almoçar no caminho, saiba que não é necessário entrar em alguma cidade para isso. Na estrada mesmo tem alguns restaurantes bem simpáticos, inclusive com comida de fogão a lenha (se você ler feu de bois em algum lugar, pode saber que é fogão a lenha)!!

Como eu disse, a estrada fora da autoroute é linda. Vale a pena passar por lá, caso esteja com tempo.

Chegamos em Avignon já no meio para o fim da tarde, passamos no hotel e fomos para o centro histórico. Apesar de estarmos de carro, não fazíamos ideia de como seria estacionar lá dentro. Se seria fácil, caro demais ou se sequer haveria alguma vaga. Por isso, quando a recepcionista do hotel nos deu um papel com os horários dos ônibus, decidimos deixar o carro no hotel. O ônibus para o centro histórico sai da gare TGV (estação de trem) da cidade. Ficamos um pouco perdidos lá e acabamos pegando um outro ônibus que não foi o indicado no hotel, mas não fez muita diferença. Depois descobrimos que não era um ônibus e sim um trem que deveríamos ter pegado. Então caso for fazer esse trajeto, saiba que você deve ENTRAR na estação e comprar o ticket lá dentro.



Do lado de fora da estação TGV em Avignon.

Entrada principal da cidade histórica.

Muro da cidade para evitar invasões em tempos de guerra, na era medieval.

Todas as atrações fecham por volta de 19h (Palais des Papes, Pont de Saint Benezet, etc) então só rodamos pela cidade para conhecer sem entrar em lugar nenhum específico.





Pessoal se apresentando em frente ao Hotel de Ville (prédio adminstrativo do governo), na Place de l'Horloge.





Checando se não tem nenhum arqueiro inglês à vista! :P

À noite, comemos no Restaurant Le Lutrin que é o restaurante do Hotel Palais des Papes e fica bem perto do palácio mesmo. Recomendo muitíssimo o restaurante!! Sério! O valor não é tão diferente dos outros lugares (apesar de não ser barato) mas a comida é sensacional! Mesmo para o inverno é uma ótima pedida pois o interior do restaurante é muito aconchegante. E peça a sopa de cebola. É simplesmente divina! E isso porque eu não gosto de cebola, mas imagina uma sopa coberta por pão francês, muito queijo e levada ao forno! Pois é, vale a pena!!

Queríamos descobrir os valores do estacionamento para tentar ir de carro no dia seguinte. Eis que descobrimos que na Île de Poit – a ilha que tem no meio do rio Rhône – tem estacionamento grátis. Pois é. Vale a pena ir de carro e deixar lá. Depois você atravessa a ponte a pé e em menos de 5 minutos está na muralha da cidade.

Como vimos em alguns blogs que valia a pena fazer um piquenique na orla do Rhône, na Île de Poit, no sábado passamos em um Carrefour para comprar umas comidas e tomamos nosso café da manhã/almoço lá. Vale a pena viu? Recomendo!


Essa foi a vista que tivemos durante o café-da-manhã/almoço.





Foi esse o local que fizemos nosso piquenique, visto da Pont de Saint Benezet.

De lá fomos fazer os passeios obrigatórios que eram, entrar no Palais e subir na Pont Saint Benezet.

Partimos para a ponte, que era no nosso caminho para o interior das muralhas favor não confundir o nome do santo com o Ebenezer Scrooge do livro do Charles Dickens. O tempo todo fiquei lembrando do rabugento personagem e chamando o santo de Ebenezer!

Voltando ao assunto, na entrada da ponte podemos pegar audioguias de graça, mas não achei tão interessante quanto o do palácio. Ainda assim aconselho pegar. Podemos ouvir várias versões da música da Ponte – Sur le Pont d'Avignon, uma música popular francesa e é uma fofura, como vocês podem conferir abaixo!



 
Antigamente a ponte tinha 22 arcos e agora restam apenas 4.



Beleza de rio!
















Como o post já ficou gigante, vou deixar os outros passeios, incluindo o palácio, para o próximo, senão ninguém ia querer ver até o fim! hehehehe

Não percam porque o palácio é sensacional!

Até a próxima pessoal! =)

*Viagem feita em maio de 2014

6 comentários:

  1. Amei, amei, amei!
    Linda as estradas arborizadas, a cidade; enfim, tudo!
    Tem algumas coisas que quero provar: esta sopa de cebola, o creme brulée, croissant, macaron da Ladurée, crepe Suzete...rsrs. adorei ler o post! Beijos.

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    1. Nossa Socorro, a sopa de cebola é sensacional!! hahahahaha

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  2. Respostas
    1. Eu gostei! Mas acho que fui com expectativas tão altas que acabei me decepcionando um pouco. Mas vale a pena demais, pela importância histórica dela! E o palácio dos Papas é incrível!

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  3. Só tenho duas palavras: MUITA INVEJA!! rsrsrs

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